O QUE FAZEM OS SOLITÁRIOS????

O QUE FAZEM OS SOLITÁRIOS????
a solidão perturba, machuca, mas como toda a indicação de um bom médico... Nada em excesso faz mal - ou melhor, quase nada! rsrs... A solidão, às vezes faz bem! Porém Ana, deixou sua vida, por 2 anos se tornar um mar solitário... LEMBRANÇAS DE UMA ADOLESCENTE!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

dicas para o nosso blog.

Mandem suas dicas, opiniões, ideias, para nosso blog:
Os voluntários jovem comunidade agradeçem...
beijos... grupo elo_DPN.

A pedido de Natália, Andressa, Gislaine e Maria Cristina... O pedido de vocês são ordens para mim...

Nome: Luciano Huck. Nascimento: 03/09/1971. Altura: 1,73m... Peso: 70kg Signo: Virgem Religião: Judaica
Guru: Muitos. Time de futebol: Corinthians. Defeito: Ser perfeccionista. Cor: Azul Hobby: Esportes. Comida: Bife, arroz e feijão. Livro: Cabeça de Porco e Eu, Malika Oufkir, Prisioneira do Rei (em bre será: Lembranças de uma adolescente!!!) Escritor: Zuenir Ventura. Quadrinho: Mônica. Desenho animado: Speed Racer. Um lugar: Angra dos Reis. Cidade: São Paulo Se não morasse no RJ moraria em: em São Paulo. Sonho de consumo : Viajar o mundo todo. Filme: Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, Cidadão Kane. Ator: Andy Garcia. Atriz: Liv Tyler. Música: Chill-Out e Lounge. Grupo musical: Jota Quest Instrumento musical: Piano. Mulher bonita: Angélica (é obvio) Mulher inteligente: Minha mãe. Homem inteligente: Meu pai. Palavra que mais gosta: Amizade. Palavra que menos gosta: Mau humor. Para manter a forma: Cooper, wakeboard, academia e tênis. Presente de que mais gostou de receber: Meus filhos.

Comentários sobre o primeiro capítulo do livro.

Lembranças de uma adolescente:
No primeiro capítulo, Ana - a personagem principal - relembra como ocorreu a morte de sua irmã gêmea. A dificuldade da família, e também o desejo de superação da parte de todos. Contudo, Marcos - o pai de Ana - decidi tirar férias do trabalho e embarcar numa aventura emocionante com toda a família.
Jacson - irmão caçula de Ana - fica todo empolgado com o acampamento sugerido pelo pai, e Francine - mãe de Ana - apesar de não gostar muito de contato físico com a natureza, adora a ideia, pois sabe que esta pode mudar a rotina triste da família...
Por: Fernanda Silveira. - A autora.

O mundo do entreterimento...

Para todas os fãs da saga crepúsculo:...
A Summit Entertainment confirmou que o vencedor do Oscar Bill Condon será o diretor do filme Amanhecer, baseado no quarto livro da saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer. O roteiro está sendo escrito por Melissa Rosenberg, e terá Kristen Stewart, Robert Pattinson e Taylor Lautner no elenco. Wyck Godfrey, Karen Rosenfelt, e Stephenie Meyer produzirão o projeto.

Bizarrices...

Qual foi a coisa mais engraçada que já te aconteceu?
deixe aqui o seu comentário:

A piada do dia... As três mais.

Sogra...
O sujeito bate à porta de uma casa e, assim que um homem abre, ele diz: - O senhor poderia contribuir com o Lar dos Idosos? - Claro! Espere um pouco, que vou buscar minha sogra!

O marido ganhou (num sorteio) três passagens para Jerusalém. Pediu alegremente à mulher para arrumar as malas e ligou para convidar a mãe dele para ir junto. E começou uma discussão. A esposa queria levar a mãe dela. No fim da briga, ele concordou em levar sogra (a mãe dela). Em Jerusalém, visitando o local onde Cristo foi enterrado e ressuscitou, a sogra se emocionou demais, passou mal e rapidamente faleceu. O marido perguntou quanto custava o enterro em Jerusalém, e lhe disseram que seria mil reais. Perguntou quanto custava mandar o corpo para o Brasil e soube que, com transporte aéreo e tudo, ficaria por vinte mil reais. O MARIDO DECIDIU ENTÃO MANDAR PARA O CORPO PARA O BRASIL. Os judeus e a esposa ficaram surpresos demais. - Por que mandar para o Brasil, se é 20 vezes mais caro? O marido respondeu: - Tenho muito receio. Aqui em Jerusalém vocês já tiveram o caso de alguém que morreu e ressuscitou. Prefiro não arriscar.
Louco...
0 hospício tava lotadaço, os médicos queriam se desfazer de alguns doidos. Então colocaram todos os malucos para pular em um trampolim em uma piscina. Só que estava totalmente vazia. Foi o primeiro, pulou e se esborrachou no chão, o segundo, o terceiro, e todos caiam direto no fundo da piscina. Aí o nosso conhecido amigo doido chegou, subiu no trampolim, olhou para baixo e voltou. O médico pensou Oba, esse aí eu posso liberar, ele não pulou. - Por que você não pulou? -Não conta pra ninguém não, mas é porque não sei nadar.
Por: Nandy Silveirinha...
Piadas tiradas do site: http://www.piadasnet.com/

sábado, 29 de maio de 2010

Aprofundando na história...

O que é paraplegia???
A paraplegia é uma incapacitação das funções sensoriais e motores nas extremidades inferiores. Quando os braços também são afetados pela paralisia, o termo correto é tetraplegia. Paraplegia e tetraplegia são geralmente resultado de lesão na medula espinhal ou de uma condição médica congênita chamada spina bífina, a qual afeta elementos neurais no canal espinhal. A área do canal espinhal afetada na paraplegia pode ser a torácica, lombar ou sacral. Se os braços também forem paralisados a pessoa terá tetraplegia. Pessoas com paraplegia são denominadas paraplégicas, e com tetraplegia, tetraplégicas.
Por: Nandy silveirinha.

Um pouquinho de nós... Do nosso trabalho voluntário!



Jaque, Julia e amanda... São minhas aluninhas de catequese... Mais um trabalho do Jovem comunidade!!!

Beijos meninas!!!

Por: Nandy Silveirinha.

Lembranças de uma adolescente/ 1º Capítulo:

Lembranças de uma adolescente.
1º Capítulo:
Prefácio

Eu sofri a sua ausência. Quis por muito tempo continuar sofrendo... Morrer por você. Lutar pela sua justiça, mas meu coração se recusou... Ele aceitou a sua partida e agora luta dentro de mim. – ele quer viver! Eu tentei continuar com o meu plano de culpa, mas percebo que estou sendo derrotada.
Você se foi, e por dois anos a história da minha vida se transformou em um mar de lamentações. Por dois anos eu me esqueci de como é o mundo lá fora... Espero que não se importe, mas viver é agora o meu objetivo.

1. Lembranças.

Sob o sol fumegante, eu dormia. Seus raios entravam parcialmente pela minha janela, embora fosse o suficiente para queimar minha pele.
A cortina que o impedia de consumir-me em brasas, balançava vagarosamente, permitindo esses raios solares de entrarem.
Acordei com o rosto em chamas, esfreguei os olhos estupidamente, que ainda estavam sonolentos.
Ao lado da cama, ficava uma velha penteadeira que eu ganhara de minha avó.
Por alguns minutos fiquei encarando minha imagem refletida em seu espelho.
De que adiantava eu ter tanta beleza? Pele morena clara, rosto perfeito, cabelo castanho, longo, e olhos azuis como o céu?
- Queria ser como as outras garotas. – exclamei tristemente.
Lembrei-me. Era meu aniversário. Eu não queria comemorar, não queria que ninguém me desse os parabéns. Eu estava completando dezessete
anos.
Lembro-me perfeitamente do pior dia da minha vida. Há exatamente dois anos atrás minha irmã gêmea falecera por minha causa.
Era nosso aniversário de quinze anos, mamãe havia preparado a maior festa da cidade.
Estávamos todos felizes, embora Clarice minha irmã, acordara com uma pequena crise asmática. O problema era de nascença.
Fomos caminhar logo pela manhã daquele dia. Enquanto andávamos, percebi que Clarice não estava nada bem.
- Não consigo... respirar – disse ela, ofegante.
- Vamos voltar para casa – falei apoiando-a em meus braços.
- Não! Eu quero ver o rio antes da festa – ela estava muito pálida.
Andávamos por uma trilha que meu pai havia feito há alguns anos, certamente quando veio pela primeira vez a Laranjais. As árvores balançavam por causa do vento, podíamos ouvir o barulho de alguns galhos quebrando.
Nossos pais se conheceram na beira do rio Amarauzinho. Lá, eles casaram-se e fizeram uma grande festa.
Clarice e eu combinamos aos dez anos de idade, que em todos os nossos aniversários, passaríamos pelo menos meia hora na beira do Amarauzinho. Uma homenagem aos nossos pais.
- Clarice. Podemos voltar aqui mais tarde – eu ainda a apoiava nos braços.
- Por favor, Ana – suplicou Clary.
- É arriscado – eu disse preocupada. – Você não está bem.
Mesmo sabendo dos riscos, não fui responsável o bastante. Percebi que ela estava mal, porém continuei nosso percurso.
Chegamos finalmente em sua beira, o rio estava calmo, mas ventava muito.
Aquele som agudo e sibilante passava por entre os ramos das árvores, aumentando cada vez mais.
Clarice estava melhor, sentou-se no chão e mergulhava a ponta de seus dedos levemente na água.
- Mamãe ama este lugar – disse ela, alegre.
Seu olhar pareceu ficar distante por alguns minutos, certamente estava lembrando-se das histórias românticas que nossos pais contavam sobre esse rio.
Sentei-me ao seu lado e comecei a imitá-la em seu gesto.
- É uma delicadeza de sua parte vir aqui mesmo passando mal – falei num tom de admiração.
Clarice e eu apesar de sermos gêmeas, tínhamos características “internas” totalmente diferentes. Ela era conhecida por seu jeito meigo e dócil de ser. Eu, porém era a “aventureira” das gêmeas.
- Temos que dar valor a esse rio. Devemos nossas vidas a ele – disse ela, gentilmente, enquanto inclinava a cabeça, sentindo o vento bater em seu belo rosto e deixando seu cabelo livre para acompanhá-lo.
Nossos olhos fixaram-se completamente na água. Parecíamos à cópia perfeita uma da outra! Num minuto de distração, pude ver através de algumas árvores, uma grande montanha.
- Clarice. Olha só! – mostrei a ela aquela bela paisagem. – É lindo – exclamei.
Ela concordou comigo.
- Vou tirar uma foto – eu disse, animada.
- Capriche, eu nunca vi montanhas em Laranjais – incentivou-me ela, sorrindo.
Afastei-me por alguns minutos. Peguei o celular que estava no bolso da minha calça, procurei o melhor ângulo e tirei a foto, quando virei-me para voltar, vi seu corpo caído sobre a margem.
Meu coração acelerou. Corri até ela; consegui tirá-la da água ainda com vida.
- Clarice! – gritei, enquanto a deitava no chão. – Fale comigo, por favor, fale alguma coisa.
Vi ela agarrar com as mãos um monte de areia, apertava-as contra os dedos com muita força.
- Dói muito, Ana – disse ela, tossindo sem parar. – Meu peito dói.
Eu não sabia o que fazer. Estávamos muito longe de casa.
- Não me deixe – gritei, quando a vi fechar os olhos.
Lembrei-me destas ocasiões na tevê: “primeiros socorros.” Fixei então minhas mãos sobre seu peito, comprimia e depois soltava.
- Preciso da sua bombinha. Onde está? – perguntei desesperada.
- Na água – respondeu ela, apontando a direção e com a voz fraca.
Eu olhava cuidadosamente a água do rio, tentando encontrar a bombinha. Nesse momento, tive a infeliz ideia de subir numa pedreira de aproximadamente três metros de altura para poder enxergar melhor.
Escorreguei-me e caí. Não me lembro de mais nada desde então.
Quando acordei, senti um cheiro horrível de álcool. Virei-me devagar. As paredes brancas, os aparelhos barulhentos e esquisitos, a agulha com esparadrapos em meu braço... Só podia estar num hospital.
- Ana? Acordou filha? – perguntou minha mãe, com uma voz aparentemente cansada.
Seu cabelo preto e curto estava todo despenteado e seus olhos com uma profunda olheira.
- O que aconteceu? – eu estava tonta, mal podia vê-la.
- Você caiu da pedreira do rio Amarauzinho – respondeu ela, enquanto aproximava-se.
Ela olhava para mim, porém não conseguia olhar em meus olhos. Seu cabelo bagunçado e liso caíra sobre seu rosto e ela nada fez para tirá-lo. Certamente usou-os para esconder-se de mim.
Rapidamente, toda aquela angústia com Clarice começou a perturbar minha cabeça.
- Onde esta a Clary, mãe? – perguntei com os olhos enchendo-se de lágrimas.
- Seu pai as encontrou naquele dia à tarde – disse ela, com uma das mãos na testa, estava visivelmente nervosa. – Você estava desacordada e Clary...
- Fala mãe – bati minha mão que estava livre das agulhas por várias vezes na cama.
- Ela não suportou – respondeu ela, num desabafo em prantos.
Minha irmã havia falecido e eu por ter caído da pedreira, ficaria sobre uma cadeira de rodas. Eu estava paraplégica.
Odeio fazer aniversário. Todos em casa lembramo-nos deste dia. Revivemos o luto de Clarice, é inevitável.
- Oi minha querida? – escutei minha mãe chamar, enquanto eu me livrava em pensamento desses acontecimentos passados
.
- Acordou cedo – disse ela, abrindo totalmente a cortina
do quarto.
- Hoje completam dois anos – falei numa voz firme e amargurada.
- Não estrague seu dia por isso. Sentimos saudades de Clarice, mas precisamos deixar essa tragédia no passado – disse ela, tentando consolar-me.
- Como? É impossível – retruquei cabisbaixa.
Minha mãe buscou minha cadeira de rodas que estava no outro quarto, sentou-me delicadamente na cama.
- Quer tomar seu café agora?
- O que tem para comer? – perguntei tentando descontrair o ambiente.
- Suas torradas preferidas – disse ela, enquanto me fazia cócegas.
- Vamos. Deixe-me ajudá-la – ela já estava acostumada com a cadeira de rodas. Com apenas uma mão conseguiu me colocar sem nenhuma dificuldade nela.
- Obrigada mãe – respondi enquanto voltava a ficar triste.
- O que foi isso? – perguntou ela, fazendo-se de indignada. – Por que esse rostinho lindo está ficando triste novamente? – falou enquanto rodava minha cadeira para lá e para cá.
- Puxa mãe – disse num suspiro. – Será que eu vou ficar paraplégica para sempre? – entristeci-me.
Seu rosto ficou tenso. O lindo sorriso que o dominava foi desaparecendo lentamente.
- Ana. O que todos temos é “esperança” de que isso não aconteça – disse ela, sorrindo forçadamente.
Ela e eu sabíamos que meu caso era grave. O médico me dera menos de vinte por cento de esperança.
- Vou sobreviver a isso – eu disse, tentando me animar novamente. – Desculpe-me mãe, por ficar te colocando nessas situações...
- Ana? Sou sua mãe. Sempre que quiser, conversaremos. Não podemos evitar falar de sua paraplegia, agora ela faz parte de nossas vidas.
Essa frase cortou meu coração. “Agora ela faz parte de nossas vidas.” Acredito que o que me mantém viva é saber que por minha culpa, Clarice morreu. Contudo, me obrigo a aceitar esse meu novo modo de “viver.” Levo isso como se fosse um castigo por ter sido tão irresponsável com ela.
- Agora chega de conversinha. Vamos tomar café? – perguntou-me ela, voltando a ficar animada.
- Sim Dona Francine. Vamos tomar nosso cafezinho – respondi empurrando a cadeira na direção da porta.
- Cadê o Jacson? – perguntei, referindo-me ao meu irmão caçula, enquanto sentávamo-nos à mesa da cozinha.
- O Jack saiu com seu pai. Acho que foram comprar presentes.
Minhas mãos fecharam-se. As bati na mesa com força, desaprovando a ausência do Jack. Uma das xícaras desequilibrou-se, balançava no pires como se fosse uma bailarina em um concerto de dança.
- Por que insistem? Acham que vão amenizar alguma coisa, fazendo de conta que nada aconteceu? – perguntei aos berros.
- Tenha calma, Ana. – respondeu minha mãe, abaixando a cabeça.
- Não. Eu não posso ficar calma! Vai me dizer que eles também pretendem fazer uma festa para comemorar? – continuei berrando.
- Ouvi seu pai falar que iria comprar um bolo... Um bolo simples, mas iria – respondeu ela, gaguejado.
- Eu não acredito mãe. Vocês sabem o que essa data significa para mim? – respirei fundo. – Significa que faz dois anos que eu matei a minha irmã! – gritei.
- Está exagerando demais, Ana. Você não matou sua irmã. Ela se afogou no rio. Ninguém teve culpa – ela estava com o rosto gélido. Chocada com meus argumentos.
- Eu tive mãe. Eu sou a culpada. Não devia tê-la levado ao Amarauzinho.
Ficamos em silêncio. Eu estava suando de raiva.
- Eu desisto – eu disse desanimada, enquanto limpava com a mão as lágrimas do rosto. – Eu desisto de tentar. Eu não suporto mais viver com essa culpa... Eu preciso morrer. – desabei-me a chorar.
- Filha? Não fale isso novamente, você está me ouvindo? – ela estava três vezes mais gélida, encostou suas mãos em meus braços, senti como se estivesse encostado uma pedra de gelo.
Eu soluçava de tanto chorar, enquanto ela tentava me acalmar com um copo de água com açúcar.
- É. Seu pai e eu exageramos na ideia. Não pensei que reagiria assim – disse ela, entregando-me um lenço que buscara rapidamente do quarto.
Dois anos. Muito tempo para quem desiste de viver. Pessoas felizes sempre dizem: “Nossa! Este ano está passando rápido, não é?”
Porém, eu sempre digo que cada dia que passa é como se fosse um ano inteiro. Eu estava designada a ficar o resto da vida naquela droga de cadeira. Tinha que ouvir as pessoas me chamarem de “cadeirante” e aguentar quieta. Eu odiava pertencer a esse “mundinho das limitações”.
- Mãe. Quando é que poderei correr, pular, me divertir novamente? – perguntei já respondendo – Nunca mais! – eu disse com a voz falhando.
- Filha. Existem outros meios de ser feliz – ela procurava com os olhos distantes, tentando encontrar alguma coisa que me fizesse acreditar nela.
- O que, por exemplo? Fazer tricô? – perguntei num tom sarcástico.
Por alguns minutos, ficamos nos encarando. Eu estava completamente irritada com minha situação.
- Ao invés de ficar se lamentando, você deveria procurar algo que te completasse, como estudar, tocar um instrumento ou até mesmo cantar, coisa que você faz muito bem. – enquanto ela falava seus dedos da mão direita, acompanhavam-na em suas opções. Atirava-os na minha cara, com raiva e com inquietude.
- Falar é muito fácil – eu disse, virando minha cadeira contra ela.
- Aonde pensa que vai? – perguntou-me ela, autoritária.
- Para o meu quarto – falei enquanto saía.
- Se para mim é fácil falar, para você é fácil fazer-se de vítima. – disse ela, cuspindo aquelas palavras que deveriam estar entaladas em sua garganta.
Olhei-a com indiferença. Senti arrependimento em sua frase, porém ignorei-o.
- Fazer-me de vítima? – Murmurei.
Virei minha cadeira rapidamente para sua direção.
- Não desejo isso a ninguém. “Fazer-me de vítima não é fácil, sabia?” – deixei-a na cozinha, e fui para o quarto.
Ouvi logo em seguida um carro chegar. Devia ser meu pai e o Jacson, meu irmão.
Ele tinha apenas cinco anos, olhos azuis como os meus, herdamos de nosso avô paterno, cabelo preto, baixinho e gordinho. Quando Clarice morreu, ele era um bebê. Doía muito quando ele me dizia brincando: “Você Ana, é uma chata. Imaginou duas de você.” Ele referia-se a Clarice. Todas às vezes que ele dizia isso, meu pai o batia. Ele ficava descontrolado. Se não fosse a
minha mãe intervir, acho que Jacson estaria todo marcado a essa altura.
- Mana? – perguntou-me ele, batendo na porta.
- Não quero abrir Jack. Hoje eu não vou sair do quarto – respondi.
- Mas... Ana? – perguntou-me ele, indignado. – Nós compramos presentes. – insistiu.
- Eu já disse que não quero presentes – falei num tom que o fiz correr dali.
Logo em seguida, meu pai bateu na porta.
- Ana. Abra ou eu abrirei com a cópia.
Eu não tinha alternativa, tive que abrir. Ser cadeirante tinha as suas desvantagens – muitas. E uma delas era a falta de privacidade.
- O que quer? – perguntei virando a cadeira para não vê-lo.
- Sua mãe me contou tudo. Que história é essa de querer morrer, menina? – ele falava enfurecido.
- Se você estivesse no meu lugar diria o mesmo – murmurei.
Ele passou a mão pela testa enquanto mordia a boca, seu rosto estava apavorado. Nem parecia aquele pai calmo e tranquilo que eu tinha.
- Amanhã resolveremos isso – falou ele, encarando-me.
- Resolver o quê? Vai me matar? – eu disse fazendo piada da situação.
- Não. Eu não vou te matar. Vamos lutar juntos contra esse seu desânimo, essa situação tem que mudar – disse ele, sentando-se na beirada da minha cama.
Meu quarto era todo rosa. Clarice adorava colocar adesivos coloridos por toda parte. Era a primeira vez que meu pai entrava no quarto desde que Clary falecera.
- Os adesivos dela ainda estão aqui? – perguntou ele, emocionado.
- Estão. Eu não deixei mamãe tirá-los. Assim, parece que nada aconteceu – respondi, enquanto olhávamos para eles.
- Ana? Precisamos reagir filha. Não é só você. Eu, sua mãe e seu irmão também. Temos que parar de viver em constante luto. Clary não está mais aqui, é difícil aceitar. Mas, precisamos continuar vivendo – ele puxara minha cadeira para perto, falava olhando diretamente nos meus olhos. Tentei desviar meu olhar, pois a sensação era forte demais, porém ele não permitiu.
- O que está pensando em fazer? – perguntei.
- Tenho algumas idéias, mas existe uma que vou colocar em prática amanhã mesmo – meu pai falava decidido.
Seus olhos estavam azuis luminosos, brilhavam num tom perfeito com sua camisa branca de gola azul. Seu cabelo ondulado também possuía um brilho diferente, todo seu corpo encontrava-se em perfeita harmonia.
- Que ideia? – fiquei curiosa, embora não apresentasse essa expressão em meu rosto.
- Vamos acampar – respondeu ele, animando-se.
- Acampar? Mas, nunca fizemos isso antes, pai – olhei para ele, intrigada.
- Vamos acampar na “Toca do Leão”. A maior e mais divertida chácara da cidade.
- Mas, e o seu trabalho? – perguntei, porque sabia que ele trabalhava demais.
- Tenho férias pendentes – sua expressão estava cheia de expectativa.
- O que a mamãe diz sobre essa ideia? – perguntei.
- Ela vai sobreviver – disse ele, enquanto revirava os olhos de um jeito engraçado.
Rimos. Mamãe adorava a natureza, mas preferia fotografias a contato físico com ela.
- Jacson? O que ele acha? – perguntei, animando-me.
- Ele adorou a ideia. Disse que vai comprar uma bóia, já que ele não sabe nadar – respondeu ele, rindo.
Essa última frase fez me lembrar de Clarice. Eu olhei para meu pai, imediatamente ele entendeu o que eu pensava.
- Não quero ir. E se Jack se afogar também? – comecei a chorar.
- Ana? Você não percebe? Está ficando depressiva. Jacson não vai se afogar – falou ele, limpando minhas lágrimas com suas mãos grandes e calejadas.
- Nós vamos e ponto final – disse ele, enquanto empurrava minha cadeira para a sala.
- Pai? – o fiz parar no meio do corredor.
Ele parou a cadeira de rodas, e dirigiu-se a minha frente.
- Sim querida? – perguntou-me carinhosamente.
- Por favor, diga que não comprou bolo? – meus olhos suplicavam para que ele dissesse que não.
- Sua mãe me ligou quando a atendente da panificadora estava acabando de embrulhá-lo – respondeu ele, decepcionado, porém sorrindo.
Suspirei de alívio. Ele não havia comprado.
- Obrigada, pai – eu disse, enquanto o abraçava completamente aliviada.
- Vou respeitar seu pedido, filha. Mas... – disse ele, com falhas na voz.
- Mas, o quê? – perguntei arregalando os olhos e soltando-me do seu abraço.
- Mas, compramos muitos presentes. Pronto, falei – ele estava nervoso.
Fiquei irritada, porém acabei rindo de seu nervosismo.
- Tudo bem. Já brigamos demais por isso... Não quero brigar mais – respondi enquanto nos abraçávamos novamente.
- Feliz aniversário, Ana – disse ele, tapando minha boca com a mão, para que eu não resmungasse.
- Você não tem jeito, senhor Marcos – eu disse na primeira oportunidade que tive.
- Você está melhor? – perguntou minha mãe, assim que chegamos à cozinha.
- Um pouco – respondi com firmeza na voz. – O que a “senhora” achou do tal acampamento? – destaquei a palavra senhora, queria deixá-la ciente de que eu ainda estava chateada.
- Parece-me uma boa ideia – respondeu ela, enquanto limpava a mesa.
Concordei.
- Meninas. Vamos à sorveteria? – convidou meu pai, tentando quebrar o “gelo” entre nós.
Nessa hora, Jacson entrou na sala correndo, estava todo sujo de lama, até parecia um leitão.
- O que significa isso, Jack? – minha mãe estava pasma ao vê-lo naquele estado.
- Estou me preparando para o acampamento, mãe – respondeu ele, enquanto passava as mãos sujas sobre seu rosto suado.
- Vai tomar um banho, seu porquinho – disse ela, empurrando-o para o quarto.
Ela voltou do quarto rindo. Seu rosto estava marcado de lama, com o sinal da mão do Jack, com certeza ele a abraçara no caminho do banheiro.
- Querida? – perguntou meu pai, enquanto apontava para seu rosto.
- Jack... – sussurrou ela.
- E então? Vocês não me responderam.
- Espere o Jacson sair do banheiro – concordou ela.
- Acho melhor, todos tomarmos um banho – falei enquanto limpava uma gota de suor da testa.
- Realmente está calor – disse meu pai.
Ficamos sem assunto. Meus olhos estavam ardendo, acredito que era por eu ter ficado quase a tarde inteira chorando.
Minha mãe chamou a Claudia, minha enfermeira, para me ajudar com o banho.
Claudia era alta, cabelo curto, enrolado, pele branca, porém morena de tanto pegar sol, olhos pretos e misteriosos, pois sempre tinha as palavras certas na ponta da língua, era como se eles ficassem captando tudo o que acontecia para nunca, jamais, errar no que diria.
- Vamos Ana? – perguntou-me ela, com aquela voz sonoramente dócil.
Claudia tinha um namorado, muito ciumento por sinal. Ele vinha todos os domingos visitá-la na parte da tarde. Eles estavam fazendo planos para se casarem.
- Claudia? Se você se casar, quem irá cuidar de mim? – perguntei num tom de carência.
- Eu irei. Quem disse que eu vou te abandonar, menina? – respondeu ela, enquanto enchia a banheira com água.
Ela me olhou pelo canto dos olhos, pode então perceber meu sorrisinho aliviado.
- Como vai o “Bruno – o grande”?
Esse era o apelido que eu dei a ele, seu namorado, desde o primeiro dia em que o vi.
- Essa semana foi muito agitada, ele teve que trabalhar em dois turnos – respondeu ela, com pena.
- Coitado – eu disse, enquanto ela me colocava na banheira.
- Mas, ele não reclama. Ele até gosta – falou ela sorrindo.
- Claro. É um dinheirinho a mais para o casório, não é? – perguntei.
- É sim – respondeu ela, com um largo sorriso.
Claudia era mais do que uma enfermeira, era uma irmã para mim. Ela estava distraída colocando os meus sais preferidos na água.
- Claudia? Você está aí? – perguntei olhando-a fixamente.
- Desculpe-me, falou comigo, Ana? – perguntou ela, enquanto despertava de seus pensamentos.
- Você anda “Boba” ultimamente. – eu disse, enquanto brincava com as espumas da banheira.
- Eu? Boba? – respondeu ela, sorrindo.
Começamos a jogar água com espuma uma na outra. Riamos tanto que eu já estava ficando roxa.
- Chega. Olha a bagunça que fizemos! – ficamos pasmas com o estado do banheiro.
- Sua mãe vai nos matar – disse ela, assustada. – Me deixa limpar essa “baderna” – falou ela, soluçando de rir.
Depois do banho, senti uma leve sensação de alegria. Eu, pela primeira vez em dois anos, estava feliz em meu aniversário.
- Vamos? – perguntou meu pai, enquanto apanhava a chave do carro.
Jacson estava todo cheiroso. Mamãe o fez colocar o sapato preferido dela, o sapato que ele ganhara do vovô, no natal do ano passado.
- Mãe! Esses sapatos apertam – resmungou ele, enquanto entrava no carro.
Ela o ignorou, pois sabia que era mentira. O número do sapato era dois números a frente do seu.
- Marcos, coloque a Ana no banco da frente, fica mais fácil para quando descermos – disse minha mãe, ajudando-o a me tirar da cadeira.
Só eu sabia como meu estresse aumentava quando tínhamos que sair de carro. Eu detestava ver todo aquele trabalho para me colocarem dentro do carro.
- Claudia, você não vem? – perguntei tentando não me estressar mais com a situação.
- Não. Dona Francine pediu para eu ficar. Acho melhor, assim eu termino de limpar aquela nossa bagunçinha – respondeu ela, piscando os olhos em relação ao banheiro.
- Traremos sorvete para você, minha querida – respondeu minha mãe, delicadamente.
- Obrigada. Só tragam se não for incomodar – Claudia acenava para nosso carro que já estava saindo.
Aproximadamente cinco minutos depois, estávamos na sorveteria. Outro trabalho começou: O de me tirarem do carro.
- Espero que um dia essa tortura termine – murmurei.
- Vai terminar! – alegrou-se meu pai.
Ele era muito animado, acreditava confiantemente de que um dia eu voltaria a andar. Essa energia dele me fazia muito bem.
Tomamos um quilo de sorvete. Só o Jacson, comera dois copos fundos e lotados de sorvete, sozinho.
- Estou cheio – disse Jack, finalmente.
- Nossa. Pensei que você nunca fosse encher – brinquei.
- Engraçadinha – retrucou Jack, enquanto batia levemente sua mão sobre aquela enorme barriguinha.
Rimos ao ver esta cena.
Quando voltamos para casa, Claudia havia preparado uma espécie de café da tarde.
- Não acredito. Claudinha? – disse meu pai, espantado – Meus morangos preferidos – continuou ele.
Ela riu. Sabia que tínhamos comido sorvete o suficiente para não jantarmos e muito menos tomarmos um café da tarde.
- Fiz mal? – perguntou ela, enquanto pegava o seu pote de sorvete, prometido pela minha mãe.
- Não, querida. Eu farei outra “boquinha” – respondeu minha mãe, com uma cara apetitosa.
- Nossa. Mãe? Vai comer de novo? – perguntei pasma.
- Só um pouquinho – disse ela, gesticulando com o dedo.
Enquanto eles comiam, pedi a Claudia que me levasse para o quarto. Estava muito cansada.
- Ana? – perguntou-me ela.
- Fale Claudia – respondi, enquanto ela me deitava na cama.
- Se importa? – disse ela, esticando os braços a fim de me dar um abraço.
- Posso saber o motivo? – perguntei.
- Sei que você não gosta, mas...
- É por causa do meu aniversário? – interferi.
- É. Posso?
- Pode – respondi sentando na cama, com sua ajuda.
Ela me abraçou surpresa. Acho que eu também estava. Nunca pensei que aceitaria que alguém me desse os parabéns espontâneamente.
- Feliz aniver...
- Corta essa, Claudia, por favor, não exagera – interferi rindo.
- Tudo bem, uma coisa de cada vez, não é? – perguntou ela.
- Sim. Uma coisa de cada vez – eu concordei.
O dia terminou ali, pelo menos para mim. Eu estava tão cansada que assim que fechei os olhos, caí num sono profundo.
Acordei no dia seguinte com minha mãe abrindo a cortina, como de costume.
- Acorda dorminhoca – ela estava animada.
- Por que tanta animação? – perguntei escondendo meu rosto debaixo do travesseiro.
- Seu pai, lembra? – ela falava, enquanto puxava meu cobertor da cama.
- Papai? O que tem ele? – perguntei, brigando para ficar com o edredom.
- Estou animada por causa do acampamento repentino de seu pai – respondeu ela, com mais clareza.
- Que droga – eu havia me esquecido. – Cadê ele? – perguntei.
- Está arrumando algumas malas – ela estava realmente empolgada. Mal conseguia ficar parada.
- O que ele te fez, lavagem cerebral? – perguntei notando todo seu entusiasmo.
- Não. Ele só me disse que vai ser bom para a família – respondeu ela, enquanto me colocava na cadeira de rodas.
- Vamos. Empurre essa cadeira, menina – mamãe falava com animação.
- Calminha aí, mãe – interferi o seu entusiasmo contagioso.
Fomos para a sala. Jacson estava sentado sobre uma mala, sonolento. Suas bochechas rosadas e fofas estavam em perfeita combinação com seus olhos dominados pelo sono.
Passei com a cadeira por entre algumas malas e bati a mão em sua nuca.
- Acorda moleque – comecei a rir.
- Ana? – interferiu meu pai, que estava prestando atenção em minha brincadeira.
- Eu não estava dormindo – retrucou Jack, ferozmente.
A sala estava lotada por malas, não havia espaço para mais nada.
- Aonde vão com todas essas malas? Pretendem passar um ano fora? – perguntei rindo, enquanto analisava aquele montante.
- Engraçadinha – respondeu minha mãe, fazendo careta.
- Claudia? Você vai também? – perguntei praticamente suplicando para que ela fosse.
- Vou sim – respondeu ela, cautelosamente. – A chácara é da minha família.
- O quê? A tal Toca do Leão é a chácara de sua família? – perguntei assustada.
- Foi ideia do seu pai – ela me interrompeu.
- Não, eu não estou reclamando. Eu adorei, até que enfim vou conhecer sua família – respondi animada.
Fomos todos para o carro. O bagageiro estava entupido de malas, as rodas traseiras estavam desinclinadas em comparação com as outras.
A viagem foi tranquila. Jacson que prometera bagunçar muito durante o caminho dormira o tempo todo.
- Acorda Jack. Chegamos – disse minha mãe, encantada com a entrada da chácara.
Levaram-me para fora do carro. Realmente era lindo o lugar.
O ar era tão puro que doía meu nariz de tanto eu sugá-lo.
- O que você está fazendo, Ana? – perguntou meu pai assustado.
- Nossa. Adorei respirar este ar. Ele é tão puro. – respondi sugando-o mais ainda.
- Calma. Deixe um pouco de ar para nós – retrucou meu pai, sorrindo.
Logo após a entrada, havia algumas cabanas, estas funcionavam como ponto de vendas.
O sol estava forte, olhei para a esquerda e vi uma enorme piscina, o reflexo do sol batera em sua água, fazendo com que meus olhos ficassem quase cegos.
- Que piscinão! – disse ele.
Sentamos numa mesa à frente da cabana de refrigerantes. Minha mãe mal sentou e começou a comprar.
- Por favor –, falou ela para o atendente. – Traga quatro refrigerantes gelados.
Meu pai nem estava prestando atenção nela, certamente se estivesse, pediria dois refrigerante ao invés de quatro. Pediria para Jack e eu dividirmos nossa lata, enquanto ele e mamãe dividiriam a outra. – Claudia compraria o refrigerante dela. Ele estava empolgado olhando a paisagem da chácara. O lugar era realmente lindo, cheio de árvores e pombinhas no chão. Fora a piscina que era maravilhosamente bela.
- Marcos? – perguntou minha mãe.
- Oi querida, falou comigo?
- Tome seu refrigerante enquanto ele não esquenta.
- Já está gastando, Fran? – perguntou ele, balançando a cabeça.
- Ué. Se nós viemos acampar, temos que gastar! – disse ela, empolgada.
Os olhos de meu pai voltaram a se fixar na paisagem do lugar.
- Claudia. Como seu pai conseguiu construir um lugar tão lindo? – ele estava três vezes mais admirado.
- Não foi difícil – respondeu ela. – Os onze filhos dele ajudaram – ela riu.
- Ele está de parabéns – disse minha mãe, colocando um canudo em sua lata de refrigerante.
- Obrigada – respondeu Claudia com vergonha, como se o elogio fosse inteiramente para ela.
Eu mal consegui chegar à metade de meu refrigerante, Jack arregalou os olhos para cima dele.
- Não conseguiu tomar tudo, mana? – perguntou-me ele.
- Não. Estou cheia – fiquei olhando para seus olhinhos sedentos. – Quer tomar o restante? – perguntei.
- Com certeza eu quero – disse ele, enquanto agarrava minha lata de refrigerante.
Jack estava acima do peso, minha mãe não ligava muito, porém meu pai queria levá-lo a algum nutricionista para mudar sua alimentação gordurosa.
- Jack, chega de refrigerante por hoje, menino – disse meu pai, repreendendo-o.
Enquanto eles discutiam sobre a saúde de Jack, Claudia e eu resolvemos andar pela chácara.
Ela empurrava minha cadeira com delicadeza, para que as pedras do chão não a estragassem.
- Qual é o lugar mais bonito daqui, Claudia? – ergui a cabeça para poder vê-la.
- Eu acho que o “Cercado” é o lugar mais bonito.
- Cercado? – perguntei.
- É onde ficam os animais. Vacas, bois, cabritos e cabras...
- Entendi – eu ria. – Vamos até lá? – perguntei corajosamente.
- Você não tem medo?
- Não sei. Se eu ficar, nós voltamos – respondi gargalhando.
Claudia levou-me até o Cercado. Realmente era um lugar bonito, os animais estavam calmos, todos eles pastavam, a grama era tão verde que meus olhos demoraram a se acostumar com a cor. Alguns bois que nos viram chegar começaram a mugir, era muito engraçado, parecia que eles estavam nos dando boas vindas.
Porém, o cheiro do Cercado era horrível, fedia a estrume, é claro. Meu nariz começou a coçar, o odor vinha acompanhado com o vento, contaminando nossa respiração.
- O lugar é lindo, mas o cheiro... – eu disse tapando o nariz.
Claudia riu.
- Eu já me acostumei. Sempre que venho para a Toca, ajudo meu irmão a dar cana para a criação – respondeu ela, apoiando-se na cerca que prendiam os animais.
- Irmão? Você nunca me falou que tem irmãos – pluralizei a palavra, pois me lembrei da conversa na cabana. – São onze no total, não é? – perguntei.
- São. Quatro mulheres e sete homens – respondeu ela, olhando para o pasto.
- Nossa. Eu mal consigo suportar o Jacson, imaginou mais nove irmãos.
Rimos.
- Jonas é meu irmão caçula – disse ela. – Ele é o único que ajuda meu pai com a criação – falou ela admirada.
- E os outros? – perguntei.
- Alguns se casaram e foram morar longe, outros estão na faculdade, voltam para casa só nas férias, e eu como já cursei enfermagem, trabalho para sua família – ela falava pausadamente. – Jonas pretende ir para a faculdade em breve... Talvez nesse ano.
- Mas... E quando ele for... Quem cuidará da Toca do Leão? – assustei-me.
- Meu pai contratará alguém. Apesar de ele ficar triste por ver os filhos se afastarem, ao mesmo tempo ele fica feliz, pois todos nós tornamo-nos homens e mulheres de bem.
- Que bom – eu disse, sem assunto. – E sua mãe?
- Ela... Morreu há alguns anos... De Leucemia.
- Eu não... Eu sinto muito – minha voz falhou completamente.
- Está tudo bem. Quer entrar? – ela apontava para a entrada do Cercado.
- Você quer que eu entre lá dentro, com os animais? – meu coração disparou. – E se eles me machucarem? – fiz cara de dor.
- Não vão te machucar, eles são mansinhos – ela falava enquanto coçava seu cabelo crespo e brilhoso.
Entramos devagar. Alguns cabritinhos que brincavam perto da entrada, ficaram nos encarando por um tempo, mas logo se distanciaram.
- Dizem que bodes são raivosos... – falei quando vi um nos perseguir.
- Esses daqui estão acostumados com gente – disse ela, abraçando o bode perseguidor.
- Você é doida, Claudia – murmurei.
Ela sorriu.
- Mexa nele, Ana – ordenou ela, delicadamente.
Encostei minha cadeira para perto do tal bode, ele se assustou com ela, mas não saiu do lugar. Realmente era mansinho.
- Que lindo – falei quando o fiz carinho.
- Eu te disse, eles são mansinhos – Claudia atraiu todos os outros animais com algumas folhas de cana.
- Claudia. Estou ficando com medo. Aquela vaca parece ser brava – mordi os lábios de medo.
- Estrelinha? – assustou-se ela ao ver meu nervosismo. – Estrelinha é a vaca mais mansa do pasto, Ana. – falou ela, com segurança.
Fiquei mais calma com o seu comentário.
- Ótimo – eu disse aliviada.
- Claudia? – ouvimos alguém chamá-la.
- Deve ser o Jonas – ela o procurava entre os animais. – Eu estou no Cercado – respondeu.
O tal Jonas surgiu de trás de uma árvore com uma corda toda suja nas mãos.
- A branquinha escapou – ele estava preocupado.
- Onde você a amarrou? – perguntou Claudia.
- Foi o pai que a amarrou. Só encontrei a corda – ele ergueu as mãos mostrando aquela corda fedida e suja.
Jonas era alto como Claudia, porém sua pele era mais morena que a dela, eu acredito que seja por causa de seu trabalho na chácara. Seus olhos, castanhos escuros, combinavam com o tom de seu cabelo acastanhado.
Ele estava com um uniforme da minha escola, mas tenho certeza de que ele não estudava lá. Seus cabelos eram enrolados como os de Claudia, porém, curtos demais para perceber a distância.
Nesse momento eu olhei para o potreiro, analisando aquelas tábuas que o formava, nossa, como eram sujas.
Vi atrás dele, um rabo peludo e branco. Era uma vaca.
- Claudia, por acaso a tal branquinha é uma vaca branca? – perguntei.
- Sim – respondeu Claudia, assustada.
- Olha lá. Atrás do potreiro – mostrei a ela aquele rabo branco.
- É ela – respondeu Claudia, aliviada.
Jonas correu para pegá-la novamente.
- Sua fujona – resmungou ele.
- Mas como ela entrou no Cercado? – perguntou Claudia, fazendo careta.
- Acho que o pai a colocou aqui e se esqueceu – respondeu Jonas.
Depois de ter capturado a vaca, ele olhou para mim, todo envergonhado.
- Prazer. Meu nome é Jonas – falou esticando uma das mãos sujas.
Eu a apertei. Segurei-me para não fazer cara de nojo. Jonas aparentava ter quinze anos, mas Claudia me disse que ele tinha dezoito.
Enquanto ele amarrava a vaca, Claudia e eu ficamos o esperando debaixo de uma sombra.
- Que sede – sussurrei.
- Já tomou água da mina? – perguntou ela, presunçosa.
- Não. Nunca. Como é? – fiquei curiosa.
- Vamos levá-la á bica? – pediu Claudia a ele.
- Vamos. Eu também estou com sede. – Jonas ficou animado.
Jonas parecia ser muito educado. Porém, eu me senti mal quando o vi tirar a camiseta. Acho que ele estava com muito calor.
- Jonas, tenha modos. – Claudia o repreendeu.
- Desculpe-me – disse ele, colocando a camiseta novamente.
- Não – eu interferi. – Pode ficar sem... Sem roupa. Eu não ligo. – fiquei vermelha quando o vi rindo, provavelmente da minha frase.
- Obrigado – respondeu ele. – Está muito calor – disse ele, retirando-a de novo.
- Vamos? – Claudia estava empurrando minha cadeira em direção a uma trilha.
- Cuidado com as urtigas, elas dão ardência na pele – disse Jonas, que havia a pouco encostado numa.
- Tudo bem – encolhi meus braços que há instantes atrás estavam balançando.
Era difícil chegar até a tal bica d’água, porém parecia muito divertido. Ouvíamos barulhos de taquaras rachando, de passarinhos e de alguns insetos desconhecidos.
- Que harmonioso – suspirei.
Ninguém entendeu o que eu queria dizer, eu estava me referindo ao conjunto de sons da natureza.
- Chegamos – disse Claudia parando minha cadeira de rodas.
Eu podia ouvir nitidamente o barulho da bica, era delicado, só pelo som parecia que a água seria totalmente cristalina.
Claudia aproximou-me, mas eu não fiquei tão perto, pois antes da bica havia muita lama que provavelmente atolaria minha cadeira.
- Que pena. Queria poder encostar-me na água – resmunguei.
- Não seja por isso – Jonas pegou-me no colo. – Posso? – perguntou-me ele, tarde demais.
- Cuidado para não derrubá-la – Claudia falava preocupada. – Jonas, coloque-a na cadeira de novo – disse ela, autoritária.
- Não. Eu quero tocar na água – Claudia pegara nesse momento um copo de água, improvisado com as mãos e estendeu-o para mim. – Claudia? – perguntei indignada. – Quero pegá-la com minhas próprias mãos – irritei-me.
Jonas me segurava firmemente. Foi me levando devagar para dentro da bica. Pude ver seu rosto suar de medo.
- Você não vai me derrubar, vai? – perguntei ao vê-lo assim.
- Tomara que não – ele sorriu, seus dentes eram brancos e perfeitos, pareciam os dentes de Clarice.
A bica era protegida por inúmeras árvores. Era pequena, porém Claudia afirmou ser funda.
- Ui – gritei quando encostei a ponta do dedo na água. – É gelada – olhei descrente de que eu estava certa.
- É gelada sim – confirmou Claudia.
Jonas sentou-me levemente em sua beira, mas continuava me apoiando pelas costas.
- Minha mãe vai me matar quando notar a cor do meu short – gargalhei.
Eles também riram.
- Só estou obedecendo a ordens – Jonas parecia estar mais a vontade comigo.
Minha mão direita apoiava meu corpo em declínio, enquanto a esquerda brincava a vontade naquela água gelada.
Claudia estava em pé. Olhava-me com as mãos tapando a boca. Estava preocupada comigo, porém feliz por me ver alegre.
- Não estava com sede? – perguntou Jonas.
- Estou. Já tinha me esquecido – respondi.
Ele se levantou e pediu para que Claudia me apoiasse. Correu para o lado e com uma espécie de faca gigante, que estava escondida no mato, cortou uma taquara.
Foi modelando-a e quando eu vi, não acreditei.
- Um copo? – perguntei espantada.
- Sim. Agora pode tomar sua água – ele riu.
Jonas havia feito um copo de taquara. Nossa, para mim, aquele copo era a invenção mais criativa do mundo.
- É só um copo de taquara, Ana – disse Claudia surpresa por me ver surpresa.
Bebi então daquela água. Não tinha gosto de cloro, muito menos de ferrugem, tinha o gosto do líquido mais gostoso do mundo: Água. Eu havia bebido água da fonte.
- Por que a senhorita está tão animada? – perguntou minha mãe, assim que voltamos para as cabanas.
- Bebi água da fonte – falei num grito agudo e ardido.
Claudia e Jonas, que estavam ao meu lado começaram a rir baixinho.
- Nossa. Onde você comprou? Eu não conheço essa marca – minha mãe falava sério. Por um minuto achei que ela estava brincando. Ela estava sentada numa cadeira debaixo de uma sombra de árvore.
- Mãe? – indignei-me. – Eu bebi água diretamente de uma fonte, de uma mina d’água. Entendeu? – eu estava balançando seus ombros, enquanto olhava firmemente dentro de seus olhos. – Água da fonte – insisti.
- Você foi a uma bica de água? – assustou-se ela, quando viu os meus pés cheios de lama.
- Fuu... i – gaguejei.
- E com quem, posso saber? – ela estava brava, muito brava.
Vagarosamente, ela passou os olhos por Claudia – minha responsável enfermeira, pronta para julgá-la.
- Eu estava com sede, aí pedi para o irmão da Claudia...
- Irmão da Claudia? – ela estava bufando de raiva.
Jonas se encolheu com o som da voz dela.
- Não fique brava, mãe. Foi divertido.
- Eu conheço várias minas de água, Ana. Sei que é impossível entrar com cadeira de rodas, e...
- Jonas me levou no colo – interferi fazendo cara de dor, pois sabia que depois dessa frase eu iria passar a tarde inteira ouvindo sermões.
Ela parou por um segundo, estava imóvel, sem expressão alguma.
- No colo? – perguntou tomando fôlego. – Você sabe o perigo que vocês dois correram?
Ficamos em silêncio. Eu estava frustrada.
- Desculpe-me, só queria um pouco de diversão – respondi.
Embora ela estivesse zangada, de certa forma, entendeu meus motivos. De repente, a expressão dela mudou: encarava-me com curiosidade, especulando.
- Você se divertiu? – sua voz rouca me deixou confusa.
- Sim – sem saber o porquê, eu estava um pouco perturbada com a pergunta.
- Mãe? – perguntei impetuosa. – Vou para a piscina – ela tentou subjugar minhas condições.
- Acho melhor ficar, Ana. E se você cair na água? Sabemos que não sabe nadar e...
- Prometo ficar longe da beira – supliquei.
- Está bem. – ela ficou silenciosa. Aproveitei o silêncio para sair dali.
Claudia e Jonas ficaram lá – conversando com a minha mãe
, que já não estava mais tão furiosa.
- Mana – gritou Jack quando me viu.
- É funda? – eu disse, referindo-me a piscina.
- Não, mana. Mas como eu tenho uma pequena desvantagem, uso essa bóia – olhei-o e vi que ele se referia a seu meio metro de altura.
Rimos.
- Vai entrar na água? – perguntou-me ele.
De repente, ele olhou-me compungido, seus olhinhos estremeceram.
- Me desculpe – Jacson sabia que era difícil para eu entrar na água.
- Não fique assim – eu disse quando seus olhos ficaram repletos de lágrimas. – Um dia eu vou conseguir fazer tudo sozinha – sorri tristemente.
Ele limpou suas lágrimas estupidamente, e aproximou-se de mim.
- Eu vou te proteger enquanto estiver nessa cadeira – Jacson soluçou, abraçando-me.
- Obrigada – abracei-o mais forte. – Agora, vai brincar – distanciei-me devagar.
- E você, o que vai fazer? – Jacson até parecia um adulto falando.
- Eu vou ficar aqui, tomando um sol, enquanto vejo vocês brincarem – respondi sorrindo, incentivando ele a ir.
- Qualquer coisa, me chama – era linda sua expressão de irmão protetor.
- Tudo bem, papai – sorrimos juntos.
Minha perspectiva era voltar a andar, porém já estava me cansando, dois anos e eu ainda estava paraplégica.
Jacson correu para piscina, seu pescoço ficara todo vermelho do sol, ele não era muito fã de protetor solar. Vendo-o brincar, senti uma saudade do tempo em que eu podia fazer tudo o que eu queria.
O sol estava forte, mas já se encontrava mais fraco, pois a noite estava chegando.
Fui para o quarto, ou melhor, fui para um sobrado nos fundos da casa do pai da Claudia. O restante da família decidiu passar a noite dentro de pequenas barracas, eu, porém usei de minha paraplegia para escapar deste desastre. Claudia me ajudou com o banho, pedi a ela para que me deitasse na cama, eu estava notavelmente cansada.
- Não quer jantar? – perguntou ela, preocupada.
- Nossa. Eu me esqueci de jantar, mas não tem problema, não estou com fome – puxei o cobertor para perto do meu rosto. – Boa noite, Claudia – fechei os olhos enquanto falava.
- Boa noi... Ah... Eu posso te fazer uma perguntinha? – ela sentou-se na cadeira a frente da cama.
- Pode. Rápido, meu sono está chegando – bocejei.
- Jonas disse que nosso irmão Róger, ficou muito curioso em te conhecer.
- Isso não é uma pergunta, Claudia – escondi-me inteira debaixo do cobertor. Vergonha? – Com certeza.
- É que ele quer marcar um encontro com você – ela puxou a coberta, a fim de ver minha reação.
- Por acaso ele sabe que eu sou paraplégica? E, aliás, quem falou de mim para ele?
Ela riu quando me viu tão nervosa.
- Ele sabe da sua paraplegia, e foi o Jonas que tagarelou sobre você. Claudia tapou a boca com um travesseiro, mas mesmo assim eu conseguia ouvir o som da sua gargalhada. Ela estava vermelha de tanto rir.
- Qual é a graça? – perguntei forçando o rosto a ficar intacto, porém, falhei em minha missão, ri junto com ela.
- Estou rindo de você – ela jogou seu travesseiro em mim. – Sua boba – disse enquanto me sufocava.
- Ele deve ser muito feio – pensei alto demais, pois ela conseguiu me ouvir.
- Feio? Por quê? – perguntou ela, inexpressiva.
- Sei lá, eu sou paraplégica, então tem uma grande probabilidade dele ser feio, muito feio. Não tem nada a ver com você, Claudia – tentei consertar o estrago.
- Não, ele não é feio – ela estava perplexa. – E o que tem a ver você ser paraplégica? – perguntou ela, indignada.
- Quem é que vai querer um encontro com uma paraplégica? Se ele for um cara bonito, com certeza deve ter um monte de garotas “andando” por aí...
- Essa é a pior idiotice que eu já ouvi em toda a minha vida – ela ficou furiosa. – Primeiro, ele não é feio, segundo, meu irmão quer sair com você e sua paraplegia não o incomoda.
Eu fiquei sentada à cama, cética.
- Preciso conhecê-lo – eu queria ter certeza de que estava certa. Nenhum cara iria querer sair com uma paraplégica, a não ser que ele fosse feio.
- Ele quer te ver amanhã, no Cercado – disse ela, voltando a sorrir.
- Que romântico – eu disse num tom sarcástico. – Diga a ele que eu irei. Mas, por favor, Claudia, não fale nada para meus pais – eu estava com medo do que poderia acontecer.
- Tudo bem – ela falava num tom agudo misturado com risos.
Claudia saiu do quarto, com certeza foi avisar o tal Róger sobre o encontro. Estremeci quando percebi que eu havia marcado um encontro.
Tentei pensar numa maneira de escapar. Não seria fácil. Não conseguia dormir. As horas se passaram rapidamente, e para minha preocupação, eu ainda não havia encontrado uma forma de escapar.
De tanto eu pensar acabei cochilando e, contudo, dormi. Tive aproximadamente apenas quatro horas de sono.
- Acorda... Ana, acorde – ouvi Claudia chamar.
- Me deixa. Eu estou com muito sono – minha voz falhou na última palavra.
- O encontro – sussurrou ela. – Você precisa se arrumar.
- Por que está cochichando? – perguntei com os olhos pequenos e inchados.
- Nossa. Você está horrível – disse ela quando viu meu rosto. – Estou cochichando porque não quero que ninguém acorde.
- Tudo bem, Claudia. Vou tomar um banho primeiro – ela atirou seus braços para frente, colocando-me rapidamente na cadeira de rodas.
- Rápido, rápido, rápido – ela estava ofegante.
- Claudia? Estou pensando em não ir a esse encontro, você está me assustando com toda essa empolgação – bocejei.
- Desculpe-me, não temos muito tempo – ela ignorou minha vontade de desistir.
O segundo Capítulo está chegando galera!!! Aguardem! - beijos.
Por: Nandy Silveirinha.

Um pouquinho sobre nós...



Sejam todos bem vindos!!!
Olá galerinha do Jovem Comunidade??? - Eu não disse que nós iriámos conseguir??? Olha aí o nosso blog!!!
Beijos... Fiquem com Deus!
Por: Nandy Silveirinha.

Lembranças de uma adolescente

Lembranças de uma adolescente é um livro baseado em fatos reais... Na verdade, este é o primeiro livro que eu escrevo.
Desde pequena eu adorava contar histórias, ler e escrever.... Com o passar dos anos isso foi se tornando não apenas um hobbie, mas também uma grande paixão... Um desafio... Até que decidi fazê-lo se tornar algo real... Um livro, por exemplo? - exatamente.
Eu conheci a Amanda no ano passado, (ela é a Ana - personagem principal do livro.) Ela é uma adolescente adorável... Enfrenta problemas como todas as demais adolescentes no mundo, porém posso afirmar que sua vida tomou um rumo tão complicado, tão triste e aterrorizante que foi difícil recomeçar - O medo do mundo, das pessoas, do preconceito... Impossibilitava ela de viver feliz... Tranquila.
Esse livro relata a história de superação de uma família, em especial de uma adolescente. Uma história divertida, emocionante - (que faz a gente repensar... Rever nossas atitudes.) Uma história que é impossivel você leitor não se identificar...
Espero um dia poder publicá-lo... Beijos a todos...
Por: Fernanda Silveira...